Na tarde dessa quinta-feira, 24, os idosos que participam do Projeto Ipê Amarelo, no Centro Comunitário Vale do Sol, receberam o sabão produzido a partir de óleo de cozinha usado e doado por eles mesmos. O produto foi fabricado pelo Instituto Mulheres que iluminam que, por sua vez, é formado por mulheres que também realizaram a oficina de produção de sabão ministrada pelo Instituto Bolhas Ecológicas no próprio Centro Comunitário, em julho de 2023.
“Estamos entregando o sabão líquido e em barra, produzido a partir do óleo coletado pelos idosos. É um sabão menos agressivo, com menos produtos químicos para pessoas, naturalmente, mais sensíveis, por isso, pedimos ao instituto para que tivesse esse olhar, além de estarmos ajudando a proteger o meio ambiente”, disse Eliete Araújo, a assistente social do Prosap e coordenadora social do centro.
Assídua aos encontros do projeto, Raimunda Lopes, de 87 anos, já doou um total de quatro garrafas pets com óleo de cozinha já utilizado. “Antes, eu jogava tudo fora, mas agora estou ajudando a cuidar do meio ambiente e vou continuar trazendo. O sabão é ótimo! Fico feliz em ajudar e receber”, fala sorridente a idosa.
Além da entrega do sabão, os idosos também participaram das demais atividades desenvolvidas no Ipê Amarelo, a exemplo da Capoterapia, prática que mistura atividade física, música e canto e ajuda na saúde mental e física.
Oportunidade de alfabetização
Agora, os idosos que participam do Projeto Ipê Amarelo também terão a oportunidade de serem alfabetizados, por meio do Programa Brasil Alfabetizado, uma iniciativa do Governo Federal, em parceria com estados, municípios e Distrito Federal, que tem como proposta induzir e coordenar o esforço nacional de universalizar a alfabetização para jovens adultos e idosos (pessoas de 15 anos ou mais) e estimular a elevação da escolaridade, contribuindo assim para a potencialização do exercício da cidadania. A previsão é que as aulas tenham início ainda no próximo mês de maio no centro.
“Estamos entrando em contato com lideranças, seja de centros comunitários, associações de bairros e, inclusive, de igrejas para fazermos essa articulação e identificar a demanda de não alfabetizadas, com o objetivo de implantar turmas do Programa Brasil Alfabetizado”, explicou Valdelice Cardoso, coordenadora do departamento de Educação de Jovens e Adultos (EJA) da Semed.
“Foi lançado, há poucos dias, o pacto pela superação do analfabetismo e qualificação da educação de jovens e idosos. Temos várias ações dentro do programa, por isso, queremos chegar até essas pessoas não alfabetizadas para formamos turmas e alfabetizá-las”, complementa Valdelice, informando que a ideia é que as aulas ocorram de segunda à quinta-feira, com um total de três horas diárias. “A educação de jovens e adultos nunca foi tão vista como prioridade e política pública como agora, tanto é que, antes, o recurso que vinha para ela, não era o mesmo valor para destinado ao ensino fundamental e médio e, hoje, o valor aluno foi equiparado”, finaliza a coordenadora.
Para Eliete Araújo, essa é uma grande oportunidade, porque os idosos já haviam mencionado o desejo de se alfabetizar. “Já fomos atrás dessa parceria outras vezes, mas sem êxito. Estamos felizes porque a maioria deles não sabe ler nem escrever”, comemora a assistente social, confirmando que a turma será aberta para toda a comunidade.
Texto: Nara Moura
Fotos: Chico Souza